Eu, Helena, como parte da equipe de terapeutas familiares atuando na clinica social do Instituto Noos SP, tenho experimentado o poder transformador das denominadas Rodas de Conversa – grupos de até 12 pais e mães que buscam terapia familiar podem frequentar, enquanto esperam ser atendidos, durante ou depois da terapia. Essas Rodas de Conversa agrupam os participantes pelos temas predominantes em sua busca por terapia, como crianças com dificuldades escolares, adolescentes e a semelhança dos problemas vividos de diferentes maneiras pelos significados que diferentes pessoas atribuem a eles, amplia o repertório de possibilidades de superação dos participantes.
Focadas nas Práticas Colaborativas, que valorizam vozes de pessoas da comunidade, além da voz do profissional, saindo este do lugar de especialista para um menos hierárquico, repensando recursos que possam ser efetivos, propomos a formação de um grupo de jovens comuns, preferencialmente do ensino médio (pressupondo a variedade de experiências de vida já adquiridas), para conversar com jovens que tenham questões de desenvolvimento social em suas vidas. Por questões de desenvolvimento social entendemos qualquer tipo de sensação de desvantagem que o jovem possa sentir em relação ao seu próprio grupo.
Prosseguindo, o grupo não fará depoimentos pessoais, não é objetivo do projeto que os jovens relatem suas experiências, mas que possam trocar com seus pares as possibilidades de ação que sua geração encontra dentro dos contextos pelos quais circulam, facilitando a identificação e as ressonâncias que possam surgir durante as conversas.
Os grupos serão monitorados por profissionais qualificados, antes, durante e depois, oferecendo suporte e apoio aos envolvidos.
A participação nesses grupos, tanto dos jovens que estamos nomeando como jovens solidários, como daqueles que estão passando por dificuldades relacionais deverá ser consentida pelos pais.
Já convidamos alguns jovens que se interessaram pelo projeto e tivemos uma reunião com eles e seus pais. Inicialmente pretendemos oferecer dois grupos, um feminino e outro masculino, cada um com dois jovens solidários e no máximo quatro jovens participantes, pois algumas das dificuldades dos jovens podem estar relacionadas com a relação com o outro sexo. NO decorrer do processo podemos introduzir a questão do grupo ser misto para ouvir a opinião dos próprios jovens.
Os encontros ocorrerão mensalmente com uma duração de no máximo duas horas. Propomos um máximo de 4 encontros por semestre, totalizando oito encontros no ano.
Os jovens conversarão sobre os temas escolhidos e, assistidos ou, como previamente combinado, ao final do encontro, farão um resumo da conversa.
Os jovens encaminhados por escolas ou colegas para o grupo, poderão se inscrever pelo telefone do Instituto Noos: 3812-8985 ou pelo e-mail secretariasp@noos.org.br.